Perguntas Frequentes – Boca e Garganta

O que são as 'bolinhas' branco-amareladas que aparecem nas amígdalas?

As amígdalas ou tonsilas palatinas são duas estruturadas ovaladas localizadas bilateralmente na orofaringe e, como sua superfície é repleta de reentrâncias (criptas), há acúmulo de restos celulares, de alimentos e microrganismos, o que forma o caseum. A amigdalite caseosa crônica pode causar mau hálito, sensação de corpo estranho e irritação na garganta, porém sem febre. Seu tratamento geralmente envolve higiene local e, em alguns casos, Amigdalectomia.

O que pode provocar dores de garganta repetidas?

A dor de garganta pode ser um sintoma de infecção ou apenas inflamação da faringe e/ou laringe. Pode surgir por ação de vírus, bactérias ou fungos ou como consequência de doenças nasais (rinite alérgica, desvio de septo ou sinusite), refluxo faringolaríngeo, tempo seco, poluição/ fumaça de cigarro ou uso abusivo da voz. As dores de garganta repetidas devem ser investigadas e a automedicação, principalmente com antibióticos, deve ser evitada. Pode ser necessária a realização de Videolaringoscopia.

Quando a cirurgia das amígdalas é necessária?

Deve-se considerar a Amigdalectomia em cinco situações principalmente: amigdalites de repetição: 5 ou mais infecções em 1 ano ou 4 por ano em 2 anos; aumento significativo das amígdalas, com presença de respiração oral, roncos e/ou apnéia do sono; história de abscessos periamigdalianos; amígdala assimétrica; mau hálito relacionado a amigdalite caseosa. Todos os casos precisam ser avaliados individualmente antes de uma indicação cirúrgica definitiva.

Qual o risco das amígdalas assimétricas?

A assimetria amigdaliana persistente ou progressiva pode ser um sinal de câncer, sendo os mais comuns o linfoma e o carcinoma. O risco de doença maligna das amígdalas é maior em homens com mais de 45 anos; aumento unilateral das amígdalas; perda de peso injustificada; lesão na amígdala (principalmente se for ulcerada); história prévia de câncer de cabeça e pescoço; e presença de massa no pescoço. Uma Amigdalectomia pode ser necessária como forma de biopsiar e fazer o diagnóstico anatomopatológico da lesão.

Ainda é recomendado tomar sorvete após a Amigdalectomia?

Sim, a mais temida complicação da Amigdalectomia é o sangramento por se tratar de uma área bastante vascularizada que, dependendo da intensidade, pode exigir nova internação e reabordagem cirúrgica. Para evitá-la, faz parte dos cuidados pós-operatórios manter alimentação fria e gelada, que será inicialmente líquida e pastosa nos primeiros 3 dias com aumento gradativo da consistência e temperatura na 1a semana, além de respeitar o repouso de 1 semana para atividades habituais e 30 dias para atividades físicas.

A retirada das amígdalas e adenoide altera a imunidade?

Sim, as amígdalas e adenóide produzem todos 5 tipos de anticorpos, por estarem estrategicamente localizadas na entrada da via respiratória e digestiva. Ambas têm seu pico de atividade ao redor de 3 a 5 anos e regridem progressivamente até atrofiarem na adolescência, o que pode demorar mais para as amígdalas. Amigdalectomia e Adenoidectomia podem reduzir a taxa de 1 dos tipos de anticorpos (IgA), porém outros órgãos costumam compensar esse déficit. Ou seja, as indicações cirúrgicas devem ser criteriosas. Vale ressaltar que, quando apresentam infecções de repetição, elas perdem parte da capacidade de captar os microrganismos e de produzir anticorpos.

Fiquei rouco(a) e agora?

A rouquidão comumente surge durante resfriados, crises de rinites alérgica ou após uso abusivo da voz. A medida mais importante a ser tomada é o repouso vocal: diminuir o quanto possível o uso da voz; evitar falar em ambientes ruidosos; manter um volume moderado durante a conversação; evitar pigarrear, tossir, sussurrar; e hidratar continuamente a laringe. Se essas medidas não resolverem a rouquidão e ela persistir por mais de 2 semanas ou for muito frequente, deve ser investigada por um otorrinolaringologista. A Videolaringoscopia provavelmente será necessária.

Como proceder frente a suspeita de um corpo estranho na garganta?

Se você acredita que algum alimento ficou preso na garganta (ossos, espinhas de peixe, cascas de cereais, etc.), deve tossir para se certificar que não está obstruindo a passagem de ar e procurar atendimento. Uma Videolaringoscopia pode ser necessária; e, em alguns casos, broncoscopia ou endoscopia digestiva alta. Se houver comprometimento da respiração, outra pessoa deve tentar manobras como tapotagem (tapas nas costas com as mãos em concha entre as escápulas), a manobra de Heimlich (abraçar pelas costas e comprimir com força na região do estômago) e, em caso de menores de 1 ano, apoiar a criança no braço com a cabeça voltada para baixo e realizar tapotagem. Mesmo se conseguir expelir o objeto, a garganta deve ser avaliada posteriormente.

O que causa tosse seca?

A tosse seca é comumente causada por laringites agudas de repetição e laringite crônica que são consequentes principalmente a rinite alérgica e outras alterações nasossinusais (desvio de septo, sinusite, etc.) ou refluxo faringolaríngeo. Causas pulmonares como bronquite (asma), enfisema pulmonar e tuberculose devem ser investigadas em alguns casos.

O que é Refluxo faringolaríngeo?

A Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) pode se manifestar com o refluxo faringolaríngeo quando o retorno do conteúdo do estômago alcança a faringe e laringe (garganta). Os sintomas mais comuns são rouquidão persistente ou recorrente, pigarro, dor de garganta, glóbus faríngeo (sensação de corpo estranho na garganta), aumento da salivação, tosse e mau hálito. Nem sempre o paciente apresenta os sintomas típicos da DRGE de queimação e regurgitação. O exame de Videolaringoscopia pode sugerir essa doença pelo achado de laringite posterior.