Não, um modelo de nariz não pode ser perfeito para todas as pessoas, porém existem sim características que tornam um nariz mais harmônico entre seus elementos próprios (ponta, dorso, bordo das narinas, etc.) e da face. Mesmo que busquemos reproduzir essas características, a Rinoplastia sempre deve respeitar o desejo do paciente, gênero, etnia, sua altura e proporções da face.

Depende, o paciente deve estar ciente que o seu nariz será melhorado e não mudado, ou seja, não é possível escolher um nariz através de um catálogo, porém seu desejo será respeitado quanto ao que quer aperfeiçoar na forma do seu nariz. Cabe porém ao cirurgião traduzir esse anseio de forma a preservar a harmonia, função (=respiração) e naturalidade no resultado da Rinoplastia.

A naturalidade no resultado da Rinoplastia é consequência da tendência atual de respeitar a estrutura de base do nariz ao melhorá-lo. O maior bônus com isso é que a respiração é mantida ou melhorada nesse processo.

As características consideradas masculinas no nariz são melhor observadas na visão de perfil: (1) a ponta e o dorso do nariz estão idealmente em uma mesma linha reta até a raiz do nariz; (2) o ângulo entre a linha do lábio superior e o nariz (ângulo nasolabial) está entre 90-95o. Enquanto, o nariz chamado feminino apresenta o ângulo nasolabial ideal de 95-115o e a ponta deve ser ligeiramente mais alta que o dorso, o que gera uma aparência levemente mais “arrebitada”. A Rinoplastia deve respeitar essas diferenças para garantir a naturalidade e harmonia facial.

A forma do nariz apresenta uma variação étnica que deve ser respeitada durante uma Rinoplastia. Existem 3 amplas categorias de nariz de acordo com a etnia: (1) Nariz Caucasiano (=Leptorrino) é “alto e estreito”, encontrado em norte-europeus e mediterrâneos e apresenta cartilagem do septo abundante; (2) o Nariz Negro (=Platirrino) apresenta dorso baixo, largo e curto, ponta igualmente larga e baixa, asas dilatadas, pele espessa e cartilagem do septo pequena; (3) o Nariz Asiático ou do Extremo Oriente (=Mesorrino) apresenta uma forma intermediária caracterizada por dorso, base e ponta largos na visão frontal e, no perfil, dorso e ponta baixos. No Brasil, não é tão simples definir a etnia de um nariz,  porque somos miscigenados e essas características misturam-se em um mesmo paciente. As técnicas cirúrgicas a serem empregadas na Rinoplastia e locais de captação de enxertos variarão de acordo com o tipo de etnia predominante, assim como o resultado esperado.

Sim, a ponta nasal globosa, mal definida, também chamada de “bola”, “coxinha” ou “nariz batatinha” pelos pacientes, é uma queixa frequente que pode ser corrigida com a Rinoplastia. Não há uma técnica única para definir a ponta nasal, porém uma combinação de passos cirúrgicos individualizados para cada caso pode gerar a tão desejada aparência natural, marcada e sutil ao mesmo tempo.

Sim, a Rinoplastia pode ser associada a uma cirurgia para correção de desvio de septo nasal (=Septoplastia), porém não se iluda ao pensar que será apenas uma “raspadinha” da giba nasal, porque, para o nariz ficar reto e o mais natural possível, às vezes é necessário fortalecer a estrutura do dorso nasal e até mesmo levantar a ponta do nariz.

O nariz torto (=laterorrinia ou rinoescoliose) é um desvio da pirâmide nasal em relação à linha média da face que pode ocorrer principalmente devido a um trauma com fratura dos ossos nasais e/ou da cartilagem do septo, seja na idade adulta ou infância; e pelo crescimento assimétrico do nariz de caráter congênito ou sem causa definida. O desvio pode ser de 2 tipos: (1) ósseo (metade superior do nariz); (2) cartilaginoso (metade inferior do nariz), sendo o segundo usualmente mais complexo de corrigir. Quando há desvio do  terço inferior do nariz, geralmente há desvio de septo associado.

Não, deixar 100% alinhado um nariz torto é uma das tarefas mais difíceis na Rinoplastia. Apesar da Rinoplastia estruturada possibilitar a correção do desvio do dorso nasal, fortalecer a estrutura do nariz e evitar a recidiva da laterorrinia, algumas assimetrias e/ou um desalinhamento residual são possíveis principalmente frente a assimetrias faciais e narizes pós-traumas severos. Na laterorrinia, a correção associada do desvio de septo é essencial para possibilitar o remodelamento da deformidade do contorno nasal.

Sim, uma queixa comum é o fato do nariz parecer mais largo e/ou a ponta cair ao sorrir. O músculo depressor do septo é um dos grandes responsáveis por isso e uma Rinoplastia pode amenizar esse problema tanto ao ressecar a inserção desse músculo, quanto ao fortalecer a sustentação da ponta.

Depende, durante a Rinoplastia, a pele e o subcutâneo que envolvem o esqueleto nasal devem ser preservados para se evitar a redução de aporte de sangue, o que geraria desvitalização com perda de tecido e cicatrização de má qualidade. Frente a uma pele espessa, torna-se difícil evidenciar a nova forma criada durante a cirurgia, e uma maneira de fazê-lo é aumentar a estrutura do nariz de forma a esticar a pele. Isso porém nem sempre é possível. Outra abordagem é realizar tratamentos dermatológicos no pré-operatório visando afinar e suavizar a superfície cutânea.

Porque o processo de envelhecimento reduz o tônus muscular e da pele que envolve o nariz e enfraquece as propriedades elásticas das cartilagens que dão forma à pirâmide nasal, gerando, portanto, com a ação da gravidade, a queda do nariz. A Rinoplastia pode ser necessária tanto para corrigir a queixa estética quanto para resolver uma queixa funcional consequente ao comprometimento da válvula nasal externa (narinas) ou interna (porção mais estreita da cavidade nasal).

Porque a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) no 1.974/11, acerca dos critérios norteadores da propaganda em Medicina, estabelece que: “Art. 3o É vedado ao médico: (…) g) Expor a figura de seu paciente como forma de divulgar técnica, método ou resultado de tratamento, ainda que com a autorização expressa do mesmo,…”

Procure passar com clareza quais as características que incomodam no seu nariz e qual o resultado que espera alcançar com a Rinoplastia. Para isso, vale trazer fotos de narizes de outras pessoas que goste ou fotos suas que evidenciam o que não gosta.

Porque o cigarro atrapalha a reconstituição tecidual de várias maneiras: (1) diminui o fluxo de sangue para as bordas da ferida operatória por ter ação vasoconstritora (reduz o calibre dos vasos), o que favorece a morte das células e infecção local; (2) aumenta radicais livres e toxinas na circulação, o que também aumenta a chance de infecções; (3) reduz substâncias antioxidantes, como a vitamina C, necessária para a formação do colágeno, proteína essencial para a cicatrização. Recomenda-se, portanto, interromper o tabagismo pelo menos 1 mês antes de qualquer cirurgia, sobretudo as estéticas, em benefício da cicatrização.

Sim, grandes nomes na Rinoplastia mundial e no Brasil são Otorrinolaringologistas. O motivo para isso é simples: forma e função, quando falamos de nariz, são inseparáveis. A Rinoplastia faz parte do programa de Residência médica em Otorrinolaringologia e Especializações do tipo Fellowship em Cirurgia Plástica da Face estão disponíveis em grandes instituições para se aprofundar no assunto. A Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face (ABCPF) é apoiada pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORLCCF). Seus membros praticam Cirurgias Plásticas da Face (Rinoplastia, Otoplastia, Blefaroplastia, etc.) de acordo com suas preferências, treinamento e atualização.

A Rinoplastia estruturada remodela o nariz através da colocação de enxertos de cartilagem do próprio paciente (geralmente do septo nasal). Dessa forma, ela fortalece a estrutura do nariz, permite resultados mais duradouros e previsíveis, além de manter ou até melhorar a respiração. Cada vez mais é preferida no lugar da tradicional Rinoplastia redutora, baseada em remover porções de osso e cartilagem para alterar a forma do nariz, porque muitos desses pacientes evoluíam com deformidades nasais e dificuldade para respirar. Pode ser necessário captar enxerto de outras áreas, como da cartilagem das orelhas ou mesmo da parte cartilaginosa da costela.

Não, haverá uma cicatriz pouco perceptível na região posterior ou anterior do pavilhão auricular por onde é removido o enxerto de cartilagem conchal para uso na Rinoplastia, porém o formato original da orelha será mantido. A Otoplastia pode ser realizada associada à Rinoplastia em caso de orelhas de abano e, só nesse caso, haverá alteração na aparência das orelhas.

Apesar de não haver um consenso entre os especialistas de quando é seguro fazer Rinoplastia em crianças e adolescentes, a recomendação usual é, sempre que possível, aguardar o desenvolvimento completo da face, o que ocorre após o estirão de crescimento da puberdade: 12-15 anos em meninas; 14-17 anos em meninos. Essa regra também vale para a realização da cirurgia de desvio de septo (=Septoplastia). Entretanto, outro fator a ser considerado, além da idade cronológica, é a maturidade emocional, motivação e expectativa do adolescente para apreciar essa mudança corporal.

Em vista do inchaço (=edema) pós-operatório, é necessário paciência para apreciar o resultado da Rinoplastia: no 1o mês, ainda haverá inchaço significativo e as manchas roxas podem demorar de 2-4 semanas para desaparecer; a partir de 2-3 meses, algumas nuances da cirurgias começarão a aparecer; o resultado final pode levar 6-12 meses. Pacientes de pele grossa regridem o edema mais lentamente.

Sim, a Rinoplastia pode ser associada a uma cirurgia para correção de desvio de septo nasal (=Septoplastia), para redução dos cornetos nasais inferiores (=Turbinectomia) ou para correção de fragilidades ou deformidades na região das válvulas nasais internas, região mais estreita da cavidade nasal, e externas, narinas (=Rinosseptoplastia Funcional). Trata-se da melhor abordagem em termos de função respiratória frente a um caso de nariz torto associado a desvio do septo nasal.

Nas primeiras horas após a Rinoplastia, haverá sonolência; às vezes, enjoo; raramente vômitos, porém, passageiros, como consequência da ação dos anestésicos. Praticamente não há dor após as primeiras 12 horas. Curativo e pontos: um molde plástico é colocado no dorso do nariz e será removido em 1 semana, em conjunto com os pontos. Cicatriz: comumente estará presente na região da pele que fica entre as narinas (columela) e, em alguns casos, também nas asas nasais; porém tendem a se tornar imperceptíveis ou muito discretas com o amadurecimento da cicatrização. Manchas roxas (equimose): quando presentes, tendem a desaparecer em 2 a 4 semanas. Inchaço (edema): regride de forma lenta. Respiração: pode ficar comprometida nos primeiros dias ou até 2 semanas no caso de associação de cirurgia dos cornetos nasais (=Turbinectomia).

As complicações descritas no pós-operatório de Rinoplastia incluem: sangramento nasal, infecção da ferida operatória, inchaço, alteração da sensibilidade cutânea, alteração da pigmentação cutânea, hematoma periorbitário, cicatriz hipertrófica/ quelóide, hematoma do septo nasal, aderências e raramente perfuração septal. Para evitá-las, siga os cuidados pós-operatórios.

Sim, é sempre importante lembrar que a prática da medicina e da cirurgia não é uma ciência exata, portanto, apesar de serem esperados bons resultados, não há garantia. Em algumas situações, pode não ser possível atingir ótimos resultados com um único procedimento cirúrgico, sendo necessária uma Rinoplastia revisional.

O período de repouso recomendado varia de 7 a 10 dias para as atividades laborativas e estudos e não se recomenda praticar esportes ou outras atividades físicas por 30 dias após a Rinoplastia.

Os mesmos cuidados que evitam sangramento nasal também reduzem as manchas roxas (=equimose) e inchaço (=edema): respeitar o repouso; compressas geladas no dorso do nariz e face; manter cabeceira da cama elevada; não dormir sobre o rosto; não assoar o nariz; evitar ambientes, banhos ou alimentos muito quentes. Podem ser prescritas medicações para tratamento do edema em alguns casos. Também é recomendado reduzir o consumo de sal nos alimentos nos primeiros 3 meses após a Rinoplastia e não faltar aos retornos pós-operatórios.

A exposição solar enquanto ainda houver manchas roxas (=equimose) na face pode torná-las definitivas porque o ferro presente nas equimoses oxida com a luz e mancha a pele. Portanto o uso de protetor solar é recomendado a cada 2 horas mesmo dentro de casa nos primeiros 30 dias após a Rinoplastia, além da exposição solar ser proibitiva nesse período. A recomendação de evitar o Sol nos primeiros 3 meses dá-se para evitar o escurecimento de cicatrizes externas, se presentes, pela estimulação da produção de melanina.

O uso de óculos de Sol ou de grau é proibitivo nos primeiros 30 dias após a Rinoplastia e deve ser evitado até o final do 3o mês pós-operatório porque pode marcar o dorso do nariz nesse período de maior inchaço (=edema) e comprometer o resultado final da cirurgia.

A Otoplastia é a cirurgia que corrige as orelhas de abano. É feita uma incisão na região posterior das orelhas para permitir a moldagem das mesmas através de pontos e, por vezes, através da ressecção de parte da cartilagem da concha auricular, permitindo aproximá-las da cabeça.  A anestesia pode ser local, local com sedação ou mesmo geral, principalmente em crianças. O procedimento dura de 90 a 120 minutos e o tempo de internação, em geral, é de 12 a 24 horas.

A idade ideal para a Otoplastia é a partir dos 6 anos de idade, início do período escolar, quando a orelha já atingiu seu tamanho definitivo, porém, além disso, as crianças devem ser cooperativas para seguir as recomendações médicas e capazes de expressar o que sentem. Importante que não manifestem objeções durante a discussão da cirurgia.

Nas primeiras horas após a Otoplastia, haverá sonolência; às vezes, enjoo; raramente vômitos, porém, passageiros, como consequência da ação dos anestésicos. Curativo: bandagens ou curativos serão aplicados sobre o local cirúrgico para mantê-lo limpo, protegê-lo de traumas e para sustentar a nova posição da orelha durante a cicatrização inicial. Pontos: removidos em aproximadamente 10 dias. Dor: normal ocorrer dor leve a moderada adequadamente controlada com analgésicos comuns. Cicatriz: pouco perceptível e fica localizada na região posterior das orelhas na junção entre as mesmas e a cabeça. Manchas roxas (equimose): desaparecem em 7 a 10 dias. Inchaço (edema): diminui cerca de 80% até o fim do 1º mês de pós-operatório, com resultado final em até 3 meses.

Não é recomendado o uso de piercing no nariz ou orelha naturalmente pelo risco de quelóide/ cicatriz hipertrófica e infecção local, e essa contra-indicação torna-se mais importante no pós-operatório de Rinoplastia ou Otoplastia. Porém, se o paciente ainda optar por correr esses riscos,  a peça não deve atravessar cartilagens e, ao primeiro sinal de infecção local, deve ser retirada e o médico procurado.