Labirintite, em geral, é um termo utilizado por leigos para descrever qualquer crise vertiginosa. Disfunção do labirinto ou labirintopatia são os termos corretos a serem empregados e não necessariamente representam uma doença crônica do labirinto. A crise vertiginosa periférica aguda pode ser provocada por várias morbidades de origens diferentes: Doença de Ménière; enxaqueca; diabetes; vertigem posicional paroxística benigna (VPPB); neurite vestibular; doenças da tireoide; erros alimentares (excesso de açúcar ou cafeína, jejum prolongado); certos medicamentos; etc. Porém a crise vertiginosa aguda pode ser central, ou seja, causada por doenças neurológicas: AVC; esclerose múltipla; neurossífilis; tumores; etc. Portanto sempre deve haver uma investigação para fechar um diagnóstico correto.
Perguntas Frequentes – Labirinto


O que é a cinetose?
É o “mal do movimento” que ocorre em pessoas que passam mal (náusea, salivação excessiva, suor frio, dor de cabeça, tontura, vômitos, etc.) em certos meios de transportes (carro, trem, barco, avião, etc.) ou brinquedos de parques de diversão (roda gigante, carrossel, montanha russa, etc.). Para que nosso corpo possa se orientar, nosso cérebro combina as informações recebidas da visão, labirinto e das nossas articulações (propiocepção), porém, quando os estímulos são discordantes, pode ocorrer a cinetose. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em crianças e pessoas com história de enxaqueca. Essa condição é benigna e pode ser prevenida com medicamentos ou reabilitação vestibular.
Qual o médico que trata tontura e vertigem?
Depende, porque a tontura ou vertigem pode ter origem no labirinto; no cérebro; no coração; no descontrole do diabetes; etc. O Otorrinolaringologista é o médico responsável pelas doenças do labirinto e há ainda uma subespecialidade chamada Otoneurologia que aprofunda os estudos nessa área. A partir do Otorrinolaringologista, o paciente, se necessário, pode ser encaminhado para o neurologista, o cardiologista, o endocrinologista, etc.
Qual a diferença entre vertigem, desequilíbrio e tontura?
Vertigem é a sensação de estar rodando ou ver o ambiente rodar e é mais característica de doenças do labirinto. Enquanto o desequilíbrio pode ser uma sensação de instabilidade com tendência ou não à queda, podendo estar presente em doenças neurológicas, do labirinto ou até doenças das articulações (tornozelos, joelhos, etc.). Tontura é um termo muito amplo que abrange qualquer alteração na orientação espacial, portanto tanto a vertigem quanto o desequilíbrio são tipos de tontura. Tonturas mais inespecíficas podem estar presentes em episódios de rebaixamento da pressão arterial (hipotensão), uso de algumas medicações, em quadros de ansiedade, etc.
Qual o exame que diagnostica disfunções do labirinto?
O exame mais importante para diagnosticar uma labirintopatia ainda é a avaliação clínica. O paciente deve saber contar com detalhes o tipo de tontura, quando surge, sua duração, os sintomas associados (dor de cabeça, enjoo, zumbido, sensação de ouvido tampado, etc.), seus hábitos alimentares, as medicações que usa regularmente, etc. O Otorrinolaringologista fará o exame físico otoneurológico e, se julgar necessário, solicitará exames de audição, de sangue, do labirinto ou de imagem.
Por que os idosos tem mais tontura?
Várias causas de tontura e/ou vertigem costumam coexistir no idoso. As principais são: piora da visão e da sensibilidade nas articulações (tornozelos por exemplo) decorrentes do envelhecimento; uso regular de 3 ou mais medicamentos que podem estar interagindo entre si, principalmente quando incluídos remédios para dormir ou para depressão; algumas doenças do labirinto, como a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), são mais comuns em idosos; pressão baixa ao se levantar (=hipotensão ortostática); diabetes (altera sensibilidade das articulações, visão e labirinto); doenças vasculares cerebrais; doenças neurológicas, como o Parkinson; etc. O tratamento é importante para prevenir quedas.
Como prevenir doenças do labirinto?
A resposta é simples: hábitos de vida saudáveis. Alimentar-se com qualidade e consciência; evitar o abuso de cafeína e doces; praticar atividades físicas regularmente; não fumar; consumir álcool com moderação; cuidar do seu bem estar mental; evitar o uso abusivo de medicações para depressão, ansiedade ou para dormir; fazer exames médicos de rotina e tratar adequadamente doenças crônicas. Essas ações evitam grande parte das causas mais comuns de crises vertiginosas, além de proporcionarem, em longo prazo, uma velhice saudável e ativa.
Labirintite tem cura?
Depende, o termo leigo “labirintite” engloba várias doenças diferentes. Algumas dessas morbidades podem provocar apenas agressões agudas em um dos labirintos, que podem regredir espontaneamente em 10 a 15 dias sem qualquer tratamento, geralmente sem sequelas, podendo representar um episódio único. Já frente a doenças crônicas que provocam labirintopatias, como diabetes e enxaqueca, o foco está em controlar essas condições para evitar as crises vertiginosas. Ainda, enquanto a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) pode ser diagnosticada e tratada com sucesso em apenas uma consulta, a Doença de Ménière exige um acompanhamento regular com o Otorrinolaringologista para mantê-la sob controle.
O que é vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)?
É uma causa comum de vertigem importante, porém de curta duração (<30 segundos), e iniciada após determinados movimentos da cabeça (olhar para cima, virar para um dos lados, etc.). Trata-se de uma doença do labirinto gerada quando partículas se desprendem das paredes que formam as cavidades de cada labirinto e, quando soltas no líquido labiríntico, adentram os canais semicirculares, estruturas responsáveis pela percepção da posição e movimento da cabeça. Dessa forma, esses “cristais do labirinto” (=otocônias) provocam a sensação de tudo estar rodando (=vertigem) sempre que o movimento da cabeça estimular o canal semicircular específico em que as otocônias estão aprisionadas. O diagnóstico é realizado através do exame clínico em consultório; e o tratamento é muito eficaz e consiste em fazer manobras para remover esses “cristais” de dentro do canal do labirinto acometido para que seja dissolvido na cavidade do labirinto (=utrículo).
O que é Doença de Ménière?
Sensação de ouvido tampado, zumbido, vertigem (>20 minutos, geralmente com náuseas e vômitos) e surdez flutuante podem ser sintomas da Doença de Ménière, também chamada de hidropisia endolinfática. É causada pelo aumento na pressão do líquido que preenche o ouvido interno (endolinfa), sendo este formado tanto pelo labirinto (órgão do equilíbrio) quanto pela cóclea (órgão da audição). O diagnóstico, às vezes exige tempo, além de exames de audição repetidos, e outros exames em casos selecionados. Por ser uma doença crônica, exige tratamento tanto nas crises quanto para evitá-las, principalmente para prevenir uma perda de audição definitiva como sequela.
Siga-nos nas redes sociais: