O ronco ocorre pela vibração de estruturas da faringe e costuma ser mais frequente durante a fase do sono em que ocorrem os sonhos (sono REM), porque há um relaxamento máximo dos músculos faríngeos. Dormir com a barriga para cima também favorece o ronco porque há tendência de queda da língua e base da língua contra a parte posterior da faringe. As causas principais de ronco são: aumento de gordura na região do pescoço; sobrepeso e obesidade; aumento significativo das amígdalas; obstrução nasal importante (rinite alérgica, desvio de septo, etc.); consumo de álcool e cigarro; uso de sedativos; hipotireoidismo; e alterações da estrutura óssea do rosto.
Perguntas Frequentes – Ronco e Apnéia do sono


Por que o ronco pode ser preocupante?
Porque o ronco pode ser apenas um sinal de 1 de 3 tipos de distúrbio respiratórios obstrutivos do sono: Ronco primário, Síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS) e Síndrome da resistência das via aéreas superiores (SRVAS), que só podem ser adequadamente diferenciados após a realização de um exame de Polissonografia. O Ronco primário trata-se apenas de um problema social (e conjugal), porém os demais trazem riscos importantes para a saúde do roncador.
Como desconfiar da presença da apnéia do sono?
Alguns sinais e sintomas denunciam a presença da apnéia do sono: sonolência durante o dia; episódios de sono não intencionais (durante uma conversa, reunião, ao dirigir, etc.); acordar cansado apesar de ter dormido a noite toda; fadiga; insônia; acordar com pausas respiratórias ou engasgos; e principalmente relato do cônjuge de ronco alto e/ou pausas respiratórias. Porém o diagnóstico definitivo só pode ser feito após o exame de Polissonografia de noite inteira.
Quais os riscos da apnéia do sono?
A apnéia do sono caracteriza-se por interrupções repetidas na respiração durante o sono devido a um fechamento transitório da garganta, o que diminui o oxigênio no sangue e gera vários despertares rápidos e inconscientes. Essas alterações geram uma reação de estresse no corpo com aumento da pressão arterial durante o sono, mesmo em pacientes que não sejam hipertensos quando acordados. Como consequência, o paciente pode se tornar hipertenso, iniciar arritmias cardíacas e tem risco aumentado para infarto. O corpo sob estresse também apresenta o metabolismo alterado, o que atrapalha a perda de peso, favorece a manutenção da obesidade e compromete o controle do diabetes. Além disso, a sonolência diurna, perda de concentração e de atenção comprometem o trabalho e aumentam o risco de acidentes de trânsito.
O que é o exame do sono: Polissonografia?
A Polissonografia faz diagnóstico de diversos distúrbios do sono (insônia, distúrbios respiratórios do sono, hipersonias, etc.). Esse exame é realizado em um laboratório próprio, dura a noite toda, é acompanhado por um técnico que grava o exame, atende aos chamados do paciente e corrige eventuais problemas. São medidas: a atividade cerebral, cardíaca, dos músculos do queixo e da perna; movimento dos olhos; respiração pela boca e nariz; movimentos respiratórios; oxigênio no sangue; ronco; e posição do corpo. Apesar dos fios, é importante que o paciente procure dormir na posição e horário que está acostumado.
Desvio de septo pode causar ronco?
Sim, porém não se trata da principal causa de ronco. Quando há obstrução nasal importante sem resolução com tratamento clínico, a Septoplastia ou a Rinosseptoplastia funcional, com ou sem Turbinectomia, é indicada. É provável a melhora na qualidade do sono, redução da sonolência diurna e do ronco, porém a apnéia do sono usualmente mantém-se. Portanto, dificilmente será o único tratamento em paciente com apnéia do sono. Melhores resultados são esperados em pacientes jovens, não obesos, com quadros leves e sem outras alterações musculares ou esqueléticas da face.
Tenho Síndrome da resistência das via aéreas superiores (SRVAS). O que significa?
A SRVAS é um distúrbio respiratório do sono intermediário entre o ronco primário e a apnéia do sono, em que há ronco, aumento do esforço respiratório durante o sono e despertares rápidos e inconscientes, porém sem interrupção da respiração. Essa fragmentação do sono gera sonolência aumentada durante o dia e cansaço, além de poder causar insônia, ansiedade, depressão, dor de cabeça, fibromialgia, sono agitado, boca seca e salivação excessiva durante a noite. O motivo pode ser desvio de septo, insuficiência de válvula nasal, aumento dos cornetos nasais, pólipos nasais ou alterações dos ossos da face. Pode ser necessária cirurgia (Rinosseptoplastia funcional, Septoplastia, Turbinectomia, etc.)
Como a apnéia do sono pode ser tratada?
Independente da causa, as medidas comportamentais são recomendadas: perder peso (70% das apnéias do sono são decorrentes da obesidade); evitar a ingestão de álcool e uso de sedativos; praticar atividade física; evitar dormir com a barriga para cima (posição supina); parar de fumar; evitar alimentação gordurosa próximo do horário do sono; manter rotina nos horários de dormir e acordar. Existem diversas opções clínicas e cirúrgicas que devem ser avaliadas individualmente para cada caso: aparelho intra-oral (AIO); aparelhos de pressão positiva (CPAP); cirurgia bariátrica, Rinosseptoplastia funcional; Septoplastia; Turbinectomia; Uvulopalatofaringoplastia e suas variações; cirurgia craniofacial; etc.
O que é o CPAP?
Os aparelhos de pressão positiva geram um fluxo de ar pelo nariz ou boca, contínuo no caso do CPAP (Continuous Positive Airway Pressure), que impede o fechamento da garganta durante o sono. Consegue eliminar dessa forma o ronco, apnéias, redução da oxigenação do sangue, despertares recorrentes, sonolência aumentada durante o dia e risco de doenças cardiovasculares (infarto, insuficiência cardíaca, morte súbita, etc.). É indicada principalmente para a apnéia do sono moderada e grave. Visando essa melhora clínica, deve ser usado no mínimo 4,5 horas toda a noite.
É normal criança roncar?
Não, o ronco sempre revela uma obstrução das vias respiratórias superiores (nariz ou faringe) da criança. Pode ser apenas transitório, durante um resfriado, crise de rinite alérgica, quadro de amigdalite aguda ou sinusite aguda, porém sempre deve ser investigado quando ocorrer quase todas as noites, porque pode revelar um padrão de respiração oral ou ser um sinal de apnéia do sono.
Por que ocorre a respiração oral na criança?
Porque há uma obstrução mantida que compromete a respiração nasal e pode ser gerada por diferentes causas: aumento de amígdalas e adenoide, aumento de cornetos nasais, desvio de septo, pólipos nasais, rinossinusite (aguda, crônica ou alérgica), malformações com deformidades em crânio ou face, tumores, etc. O tratamento pode ser através de medicações ou cirurgia (Amigdalectomia, Adenoidectomia, etc.).
Quais as consequências da respiração oral?
Em longo prazo, a respiração oral gera principalmente alterações do crescimento da boca e face, que se torna estreita e alongada, com os lábios entreabertos, maçãs do rosto pouco desenvolvidas, arcada dentária e céu da boca alterados, queixo mais posterior, entre outras. Além disso, favorece deformidades da coluna (lordose lombar, cifose torácica, etc.), hiperatividade, déficit de atenção, comportamento agressivo, déficit de aprendizagem, etc. As alterações musculares e esqueléticas faciais favorecem a ocorrência de apnéia do sono no adulto, cujo tratamento é muito mais desafiador.
Criança pode ter apnéia do sono?
Sim, porém as causas são diferentes das encontradas na apneia do sono do adulto. A principal causa é o aumento das amígdalas e adenóide (hipertrofia adenoamigdaliana); seguida pela obesidade infantil; alterações esqueléticas em crânio e face decorrentes de malformações congênitas ou síndromes genéticas; e doenças neuromusculares. A apnéia do sono deve ser suspeitada frente a ronco habitual (pelo menos 4x/semana), esforço para respirar ou pausa respiratória durante o sono, sono agitado, dormir com a cabeça estendida, xixi na cama, respiração oral durante o dia, dor de cabeça pela manhã, agressividade, déficit de atenção/ hiperatividade e sonolência diurna. O diagnóstico só é possível após o exame de Polissonografia.
Quais os riscos da apnéia do sono em crianças?
Crianças que sofrem com apnéia do sono apresentam pior desempenho escolar; maior frequência de hiperatividade, variações de humor, depressão, desatenção, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH); associação frequente com aumento da pressão arterial e alterações cardíacas.
A cirurgia das amígdalas e adenóide resolve a apnéia do sono em crianças?
Sim, na maioria das vezes, a Amigdalectomia e Adenoidectomia resolvem a apnéia do sono em crianças e suas consequências: problemas cardiovasculares, distúrbios de comportamento e de aprendizagem. Por isso, essas cirurgias são fortemente indicadas frente a um quadro de apneia do sono na criança.
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